Crises no século XIV

28-05-2012 20:42
  • No inicio do século XIV, surgiram os primeiros sinais da crise que rapidamente se instalou em toda a Europa. Uma sucessão de Invernos muito chuvosos, afectou as culturas o que deu origem a grande fomes.
  • Enfraquecida pela falta de alimentos, a população ficou mais vulneráveis às doenças e as epidemias espalharam rapidamente, sendo a mais grave a Peste Negra. Esta espalhou-se por toda a Europa, principalmente através dos circuitos comerciais, e matou mais de um terço da população, originando assim uma quebra demográfica.

     

    • A nível económico, a actividade mais atingida foi a agricultura e a menos foi a actividade comercial, onde os sinais de crise foram menos evidentes.

     

    • À fome e à peste juntou-se a guerra, com destaque para a Guerra dos Cem Anos (1337-14539) entre a França e a Inglaterra que deram origem a mais mortes e destruição.

     

    • A escassez de ouro e de prata obrigou a sucessivas desvalorizações monetárias. A crise deu origem ao despovoamento e à falta de mão-de-obra nos campos. Isto deu origem ao aumento dos salários dos camponeses e à redução da produção agrícola, fazendo assim aumentar os preços.
      • Face à diminuição dos rendimentos, os impostos aumentaram e foram impostas leis para impedir o abandono dos campos e para os obrigar a trabalhar com salários tabelados. Estas medidas levaram ao descontentamento e à revolta dos camponeses.

       

      • Os reis portugueses, à semelhança de outros reis europeus, tomaram várias medidas quanto à crise em Portugal:
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      D. Afonso IV publicou leis sobre o trabalho e sobre o tabelamento dos salários;

       

      D. Fernando I publicou a Lei das Sesmarias.

 

 Higiene e Peste Negra na Idade Média 

Na Idade Média, o banho, era considerado prejudicial se tomado em excesso. As pessoas geralmente tomavam apenas dois ou três banhos ao ano; e quase sempre por volta do mês de Maio ou Junho, quando começa a primavera na Europa e o clima já estava um pouquinho mais quente. Daí a origem do mês de Maio, ser o mês eleito para os casamentos, porque desta feita as noivas tomavam o banho no mês de Maio e o cheiro não era tão forte. O uso do bouquet pela noiva também era utilizado para dissipar o mau odor da mesma. Quando era decidido que o banho seria tomado, quem tinha prioridade de usar a agua limpa, ou seja a primeira agua, era o chefe da família, e assim sucessivamente os banhos eram tomados, a começar pelo pai, mãe, filhos, e por último os bebés; quando então a agua já estava totalmente imunda.
O cheiro dos corpos, de suor e das partes íntimas impregnavam todas as casas. As roupas eram lavadas também somente duas ou três vezes ao ano, devido a raridade das mesmas e o alto custo do sabão. Em consequência disto, cheiravam mal, eram imundas, e viviam cheias de pulgas, piolhos e insectos. Os dentes não eram lavados, portanto a grande maioria já não os tinha na boca, e as pessoas que ainda os tinham, estavam apodrecidos e negros. Quando vemos em fotos antigas, lacaios a abanar as pessoas, não era pelo calor e sim pelo odor fétido que era exalado das bocas e das partes íntimas; portanto usava-se o abano para dissipar o mau cheiro.
Nas áreas urbanas, os excrementos e a água usada no banho eram atirados pela janela, o esgoto era a céu aberto o que obviamente propiciava a proliferação do mau cheiro e de doenças altamente contagiosas e infecciosas. As roupas de cama eram sujas, e as vezes dormiam numa mesma cama quatro ou seis pessoas. Devido a tanta falta de higiene e a muitas vezes manterem animais de grande porte dentro de casa, a proliferação dos ratos era também grande. A taxa de mortalidade infantil era grande, 1/3 das crianças morriam antes de completar um ano de idade. A saúde era tratada com desleixo, e quase sempre designavam a doença como um castigo divino. As doenças eram tratadas com infusões caseiras e por vezes tratamentos absurdamente exóticos, utilizando excrementos de animais, urina e outros tipos de unguentos. Devido a falta de higiene, não era de se estranhar que muitas pessoas morressem, e em meados do século XIV, uma peste devastou 1/3 da população europeia. Estamos a falar da Peste Negra, que eram transmitidas aos humanos através da picada de pulgas de ratos doentes. Estes ratos chegavam à Europa nos navios vindos do Oriente entre os anos de 1346 e 1352. Como as cidades não tinham condições higiénicas adequadas, os ratos se espalharam facilmente. O lixo acumulava-se nas ruas. Rapidamente a população de ratos aumentou significativamente.
Estes ratos estavam contaminados com a bactéria Pasteurella Pestis. E as pulgas destes roedores transmitiam a bactéria aos homens através da picada. Os ratos também morriam da doença e, quando isto acontecia, as pulgas passavam rapidamente para os humanos para obterem seu alimento, o sangue. Após o contágio a pessoa tinha poucos dias de vida. Os sintomas eram febre altíssima, mal-estar geral, vómitos e bolhas de pus espalhavam-se pelo corpo do doente, principalmente nas axilas e virilhas. As pessoas atribuíam a peste como sendo um castigo divino, enviado aos homens para pagarem os seus pecados.

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