- O Renascimento e a formação da mentalidade moderna.

28-02-2012 19:06

A afirmação do expansionismo europeu.pdf (1,5 MB)

 

 

OS NOVOS VALORES EUROPEUS 

 

 

2.1 – O renascimento e a formação da mentalidade moderna:

 

Renascimento: (nascer de novo)

Movimento literário, artístico e filosófico inspirado na Antiguidade Clássica, iniciado no séc. XV na Itália, que colocava o Homem no centro das atenções.

Este movimento iniciou-se em Itália mas rapidamente se estendeu à França, à Inglaterra e à Espanha.

 

A Europa, nos séculos XV e XVI, despertou para um mundo novo, valorizando a vida e o Homem. Os novos valores – o individualismo, o espírito crítico, a curiosidade científica - vão gerar uma nova mentalidade, fundamentada na valorização do Homem.

 

Ö  Factores que deram origem ao Renascimento:

 

1.      Prosperidade (desenvolvimento) económica das várias cidades comerciais italianas (Florença, Génova e Veneza) que competiam económica e culturalmente entre si.

2.      Proximidade da Antiguidade Clássica. Vestígios, ruínas, livros e obras de arte gregos e romanos.

3.      Existência de um forte mecenato exercido por senhores laicos e eclesiásticos, principalmente pelas famílias Médicis e Sforza.

4.      Rejeição da cultura medieval: criação de universidades, bibliotecas e academias (texto da pág. 69)

MECENATO:

Protecção dada a intelectuais e artistas por homens ricos

Este termo deriva de Mecenas, nome de um amigo e conselheiro do imperador romano Augusto, que desenvolveu um papel notável na protecção das artes e das letras.

 

 

CARACTERÍSTICAS DA MENTALIDADE RENASCENTISTA:

 

1.   ANTROPOCENRISMO- o homem como centro de atenções e de estudo.

 

 

Antropos + centrismo (Renascimento)

=

Teo + centrismo (Medieval)

Homem

Centro

 

Deus

       

 

2.      HUMANISMO – valorização do Homem através da inspiração nos modelos clássicos (até aí o homem estava ao serviço de Deus)

 

3.      INDIVIDUALISMO – interesse do Homem por si próprio, desejo de fama e glória.

 

4.      CLASSICISMO – inspiração nos modelos clássicos greco-romanos.

 

5.      NATURALISMO - estudo da natureza baseada na observação e na experiência.

 

6.      ESPÍRITO CRÍTICO – recusa do dogmatismo e do saber livresco.


HUMANISMO EUROPEU:

 

Os humanistas eram normalmente indivíduos provenientes da burguesia com um elevado grau de cultura. Dominavam o latim e o grego e inspiravam-se nos autores greco-latinos.

 

Destacam-se como Humanistas no séc. XVI: 

 

 Erasmo de Roterdão (Países Baixos) – O elogio da loucura

 Thomas More (Inglês)? – A utopia;

  Nicolau Maquiavel (Italiano) – O Príncipe;

  Miguel de Cervantes (Espanhol) – D. Quixote de la Mancha

 Shakespeare (inglês) – Romeu e Julieta

 Luís de Camões – Os Lusíadas

 

Para a divulgação dos humanistas e das suas obras muito contribuiu:

 

  A invenção da imprensa, no séc. XV, por Gutemberg.

 

o Vantagens: imprimir maior quantidade de livros, em menos tempo o que os tornava mais baratos, portanto mais acessíveis a um maior número de pessoas.

 

 

A AMPLIAÇÃO DOS CONHECIMENTOS E O DESPERTAR DO CONHECIMENTO

 

CIENTÍFICO

 

Naturalismo – Conhecimento da Natureza: - análise de plantas e animais;

 

-  estudo da anatomia humana;

-  estudo do Mundo;

-  estudo dos astros.

 

Método científico: experimentalismo e sujeição ao espírito crítico de todos os dados em estudo.

 

ÁREAS DO SABER

 

AVANÇOS

 

  Astronomia

Nicolau  Copérnico  –  defendeu  a  teoria  heliocêntrica  contra  o

 

Geocentrismo de Ptolomeu

 

 

 

  Medicina

André Vesálio – estudou a circulação do sangue;

 

Ambroise Paré – desenvolveu um método de estancar hemorragias;

 

 

 

  Matemática

Pedro Nunes – inventou o nónio e escreveu o livro «O Tratado da

 

Esfera»

 

 

 

 

 

  Geografia

Duarte  Pacheco  Pereira  –  Esmeraldo  de  Situ  Orbis  (descreve

 

fauna e flora desconhecida na Europa bem como povos de culturas

 

 

 

 

diferentes)

 

 

  Botânica

Garcia  da  Orta  –

escreveu  Colóquios  dos  Simples  e  Drogas  e

 

Cousas Medicinais na Índia – guia terapêutico – uso medicinal das

 

 

 

 

plantas orientais.

 

 

O Homem ideal do Renascimento que reuniu todos os saberes foi LEONARDO DA VINCI

 

A ARTE RENASCENTISTA

Surgiu em Florença, no séc. XV e foi divulgada na Europa no séc. XVI

 

 

CARACTERÍSTICAS

 

 

 

ARTISTAS e OBRAS

 

 

ARQUITECTURA

Influência greco-romana:

 

 

 

Brunelleschi  –  Cúpula  da

 

 

♦ Sobreposição    de    ordens    arquitectónicas

 

catedral de Santa Maria das

 

 

(dórica, jónica e coríntia);

 

 

 

Flores em Florença;

 

 

 

♦ O arco de volta perfeita;

 

 

 

Bramante

parte

da

 

 

♦ O frontão;

 

 

 

 

Basílica   de   S.   Pedro   em

 

 

♦ Abóbada de berço;

 

 

 

 

Roma

 

 

 

 

 

 

 

 

Miguel Ângelo – cúpula da

 

 

♦ A cúpula.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Basílica  de

S.  Pedro,

em

 

 

Originalidade:

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Roma

 

 

 

 

 

♦ Equilíbrio geométrico

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

♦ Simetria

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

♦ Horizontalidade

(cornijas,

frisos

e

 

 

 

 

 

 

 

 

balaustradas)

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

PINTURA

Princípios:

 

 

 

 

Boticelli;

 

 

 

 

 

♦ Naturalismo: nú e paisagens naturais

 

 

Leonardo da Vinci

 

 

 

♦ Realismo: retrato

 

 

 

 

Miguel Ângelo

 

 

 

 

Novas técnicas:

 

 

 

 

Rafael

 

 

 

 

 

♦ Pintura a óleo;

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Fra Angelico

 

 

 

 

 

♦ Composições  geométricas  –  esquema  em

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

pirâmide

 

 

 

 

Norte da Europa:

 

 

 

♦ Perspectiva (3ª dimensão) - profundidade

 

 

 

Jan Van Eyck

 

 

 

 

♦ “sfumato” – luz e sombra, sem contorno

 

 

 

Dürer

 

 

 

 

 

Novos temas:

 

 

 

 

Portugal:

 

 

 

 

 

♦ Religiosos;

 

 

 

 

 

 

 

 

 

♦ Mitologia;

 

 

 

 

 

Nuno Gonçalves;

 

 

 

♦ Quotidiano;

 

 

 

 

 

Grão Vasco

 

 

 

 

♦ Retrato

 

 

 

 

 

Gregório Lopes

 

 

ESCULTURA

♦ Deixa     de     estar     apenas     associada

à

 

 

Miguel Ângelo

 

 

 

arquitectura e individualiza-se.

 

 

 

 

Donatello

 

 

 

 

Esculturas  equestres  e  da  figura  humana

 

 

Ghiberti

 

 

 

 

 

com monumentalidade.

 

 

Portugal:

 

 

 

 

 

♦ O    corpo    humano    é    representado    com

 

Diogo Pires

 

 

 

 

 

harmonia e realismo

 

 

 

 

Nicolau de Chanterenne

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

João de Ruão

 

 

 

 

 

Portugal: séc. XV e XVI:

 

Arquitectura

♦  Mantém-se o estilo gótico:

Edifícios manuelinos:

 

 

♦  Decoração ligada à Expansão: estilo Manuelino

Torre de Belém;

 

 

Estilo Manuelino:

Mosteiro dos Jerónimos

 

 

 

o

Elementos naturalistas (troncos, folhas,

Janela   do   Convento   de

 

 

 

 

algas, conchas e raízes)

Cristo em Tomar

 

 

 

o   Elementos Marítimos (redes, esferas e

Edifícios renascentistas:

 

 

 

 

cordas)

Casa dos Bicos;

 

 

 

o   Símbolos nacionais: esfera armilar e a cruz

Palácio da Bacalhoa

 

 

 

de Cristo.

Igreja da Graça, em Évora

 

 

A arte renascentista chega no reinado de D. João III

 

 

Claustro  do  convento  de

 

 

 

 

 

Cristo, em Tomar

 

 

 

A Formação da Mentalidade Moderna

No centro da transformação intelectual renascentista encontra-se a passagem de uma mentalidade teocêntrica (isto é, que colocava Deus no centro da reflexão humana) a uma mentalidade antropocêntrica (que tinha o homem como centro). Esta proposta correspondia a um reconhecimento e a uma crença optimista nas capacidades e no valor do ser humano, contrapondo-se à visão medieval do mundo.
 
 
 
 
A Pintura Renascentista
Primavera
Brunelleschi


Ilusão de profundidade (através da aplicação das leis da perspectiva)
Jogo claro/escuro
Sfumato 
Utilização do óleo
Trabalho da cor
Paisagem e cenas ao ar livre
Temas religiosos e da mitologia clás­sica
O retrato e o auto-retrato
Representação do nu (frequente na arte greco-romana)
Organização geométrica das composições pictóricas (normalmente em pirâmide)
Pinta-se sobre tábuas de madeira, mas cada vez mais em tela e os artistas começam a assinar as suas obras
 
 
A Escola de Atenas
Rafael Sanzio
Palácio do Vaticano
 
Fresco monumental onde o pintor se auto-retratou. Descobre-o.
 
 
Pintura renascentista em Portugal 

Oficina Lisboeta, 1º Quartel do séc. XVI[Cristóvão de Figueiredo e Garcia Fernandes?]
Chegada das Relíquias da Santa Autaao Mosteiro da Madre Deus c. 1518-1520, 

 

óleo sobre madeira Museu Nacional de Arte Antiga Lisboa

A pintura portuguesa de quinhentos recebeu, sobretudo, influência flamenga (Bélgica e Países-Baixos). Entre os nossos grandes pintores desta época, podemos destacar Nuno Gonçalves, a quem se atribuem os Painéis de São ViGente; Vasco Fernandes, autor dos retábulos das Sés de Viseu e de Lamego; Gregório Lopes e Garcia Fernandes, que deixaram obras no Convento de Cristo, em Tomar, no de Jesus em Setúbal e na Igreja da Madre de Deus em Lisboa
https://www.ci.uc.pt/artes/6spp/frames.html
 
Arquitectura do Renascimento

Basílica de S. Pedro, Roma


Horizontalidade
Frontões triangulares
Arcos de volta inteira
Capitéis clássicos
Cúpulas



Biblioteca , Veneza

 

Saber mais

 

 

 

Documentos sobre o Renascimento e respectiva Ficha de Trabalho

Power Point sobre o Renascimento

 A Pintura Renascentista

LeonardoDaVinci